[amor portátil]



amor compartilhado pela freguesa juliana lima. 


livreira super trabalhada no cansaço mental após passar o sábado todo no setor infantil é abordada por uma freguesa que, claro, não tem o trabalho de dispensar aquele adorável "boa tarde" que a gente tanto gosta.


freguesa: ô moça, deixa eu te perguntar, cê tem aqui aqueles livros portáteis?

(mas hein? não são todos portáteis?)

livreira: desculpa, mas como assim "livros portáteis"?


freguês: é, moça, só me diz onde fica. RAPIDINHO QUE EU TÔ COM PRESSA.


(mas minha senhora, eu perguntei o que são livros portáteis, não se a senhora está com feijão no fogo. "rapidinho que eu tô com pressa". vemk, cês não tem vergonha de falar um trem desses? azedou o feijão, azedou o amor)

livreira (bode mode: on): e esses livros são de alguma coleção?


freguesa: é! isso, são uns livrinhos assim bem bonitinhos, dá até pra levar na bolsa. 

(faz quadradinho de oito, hillé: livro portátil = livro de bolso)

livreira: seriam uns livrinhos mais ou menos assim?! (mostra o tamanho com as mãos) 

freguesa: isso! cê lembrou! são de uma editora esquisitinha, que tem três letras e um "garranchinho" no nome, lembra ?!


(hahahaha)

livreira (bode mode: off): seriam os livros da L&PM Pocket?

freguesa: isso! isso! isso! menina, cê é boa, hein?! vai, me mostra onde eles ficam. 


(verdade. sou muito boa, senhora. boa pra caramba. obrigada pelo reconhecimento)

livreira: a senhora me acompanha, por favor? eles ficam lá no fundo do corredor.

manual prático de bons modos em livrarias: tá permitido tudo. tá permitido não dar bom dia (mentira), não falar 'por favor' (muito mentira), chamar o "e" comercial de garranchinho, confundir ganchinho com garranchino, confundir livro de bolso com livro portátil, enfim, tá tudo permitido. só não tá permitido mandar um "tô com pressa". sério, a gente garra bode tamanho xg eterno.


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